O primeiro blog do site foi sobre o perfil do radiologista que vai se adaptar melhor à chegada da inteligência artificial (IA) e, nesse período, surgiram novas publicações e discussões sobre esse assunto que é de extrema importância para quem trabalha com radiologia, incluindo os operadores dos equipamentos, uma vez que um dos avanços tecnológicos já em utilização em alguns serviços é a realização de exames remotamente.
Algumas características acompanharam todas as evoluções tecnológicas ao longo dos tempos:
Máquinas realizam funções mecânicas de forma bem mais rápida e eficiente que as pessoas.
A tecnologia funciona muito melhor na realização de tarefas repetitivas e desprovidas de raciocínio, onde as falhas humanas costumam ocorrer, por isso os avanços mais significativos surgiram para substituir os trabalhos considerados “braçais” e feitos no automatismo. O lado bom é que os trabalhadores podem fazer menos esforço e se expor a menos risco, mas é fato que, como as máquinas são mais produtivas, o número de pessoas necessárias para determinadas tarefas inevitavelmente passa a ser menor.
Os profissionais conhecidos como “apertadores de botão” e “baixadores de pilha” estão entre os mais vulneráveis à substituição, uma vez que este tipo de trabalho pode ser realizado remotamente ou por softwares. Os que terão maiores chances de se manter no mercado serão os capazes de realizar tarefas que vão além da execução como, por exemplo, definição, desenvolvimento e atualização de protocolos, controle da qualidade técnica dos exames e dos laudos, saber como evitar ou minimizar artefatos e conhecer os recursos extras que podem aumentar a capacidade diagnóstica dos exames, ensino e treinamento, ter expertise para conferir a acurácia dos programas de IA e ajudar na definição dos casos duvidosos ou mais complexos.
Avanços estão diretamente relacionados ao reconhecimento dos erros.
Para usarmos a tecnologia de forma eficiente e sinérgica devemos ter em mente onde estão as falhas e os pontos fortes do trabalho humano e da tecnologia. Dessa forma, a tecnologia não funciona como mera substituta dos profissionais, mas sim para otimizar nosso trabalho de forma que possamos usar nosso tempo e conhecimento onde a tecnologia ainda não consegue atuar de forma completamente satisfatória, melhorando nossa performance e a qualidade. É uma tendência natural querer transmitir uma imagem de absoluta eficácia, por isso geralmente não gostamos de admitir erros e criamos mecanismos de defesa onde deixamos de ver e assumir responsabilidade pelas falhas. Mas, para acertar mais precisamos entender como errar menos.
Tecnologia aumenta a necessidade de humanização.
Quanto maior o uso da tecnologia, maior a demanda pela humanização, seja relacionada ao profissionais que precisam cada vez mais de propósito e do emprego dos seus talentos, quanto aos que buscam os serviços e precisam de atendimento mais humanizado e que supra as suas necessidades.
Considero primordial as plataformas de ensino irem além das discussões técnicas e de casos, incentivando reflexões mais profundas sobre o nosso trabalho, pois o reconhecimento dessas questões será fundamental em um futuro próximo. Quais são os nossos objetivos? O que nos deixa felizes e realizados? De que forma podemos ser mais eficientes de fato? Estou exercendo a minha vocação? Como e onde podemos usar nossos talentos e virtudes? Estou satisfeito com minha forma de trabalho e com o produto que estou entregando? Estou seguro quanto ao futuro?
Se você também considera essas questões importantes veja alguns dos posts relacionados!
Adaptação à tecnologia
Perfil do radiologista e adaptação à IA (outubro 2017)
Informação x conhecimento (abril 2018)
Halloween (outubro 2018)
Erros
Causas mais comuns de erros diagnósticos e como evitar (dezembro 2017)
Tubarão branco e tubarão baleia (maio 2018)
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Emprego, carreira ou vocação? (junho 2019)
Sabedoria e coragem (julho 2019)
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