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3 verdades sobre a valorização profissional


Todos querem ser valorizados profissionalmente, mas muitos estão encarando essa situação pela ótica errada ao ignorar 3 verdades.

Sempre é mais fácil enxergarmos uma problemática saindo do universo que conhecemos e por isso eu coloquei esse mês nos stories do Instagram a seguinte enquete: do ponto de vista do cliente, quem você acha que seria o profissional mais importante em um supermercado?

O diretor, o caixa ou o carinha dos patins que pega os produtos enquanto se aguarda no caixa?


Essa foi a resposta, que bate bem com a realidade de acordo com essas 3 verdades:







1 – Seu valor pessoal só importa para você


Muitos acham que seu valor pessoal é diretamente proporcional à valorização por terceiros, mas infelizmente não é assim que o mundo funciona...

Primeiro porque, em última análise, todos têm valor. No exemplo do supermercado, o dono tem valor porque sem ele o supermercado não existiria, o responsável pelo marketing também tem o valor de aumentar as vendas, mas nenhum estabelecimento que vende comida resiste a um local sujo e com alimentos vencidos, então o valor das equipes de limpeza e gerenciamento de estoque também é enorme.


A valorização profissional é diretamente proporcional ao impacto que você causa em quem está fazendo essa avaliação. O caixa e o carinha dos patins foram os mais valorizados na enquete porque seu papel tem impacto direto no cliente. O caixa porque se forem poucos ou se a pessoa for lenta as compras vão demorar mais e vai ter mais fila. E o carinha dos patins porque se não tiver como ler um código de barras ou descobrir no caixa que um saco está furado e precisar trocar ele vai fazer isso muito mais rápido que qualquer outra pessoa.


Já nem 10% das pessoas valorizou o diretor, que pode se achar ultraqualificado e imprescindível. Mas, independentemente de sua qualificação e seu papel na empresa, o cliente não tem a percepção da sua existência. Então, o fato de você estudar, ter mestrado, doutorado, MBA, são coisas que você faz por você, mas não são garantia direta de valorização externa. Esperar por isso só causa frustração, já que o reconhecimento externo só virá se isso fizer alguma diferença para o outro – por exemplo, uma universidade que precise de um percentual mínimo de professores com mestrado ou doutorado para certificação.


Vivemos uma cultura de valorização de certificados, o que pode ter alguma utilidade em pontuação em concursos públicos, mas pensando em termos de carreira, o que importa de verdade é a diferença que você faz para o outro. Muitos acham que por ter R5 em músculo ou ter feito um fellow no exterior vão estender um tapete vermelho e sua carreira será só sucesso, mas isso só vai acontecer se a pessoa realmente se tornar diferenciada de fato e houver alguma entrega que coincida com as expectativas e com o que o outro esteja precisando naquele momento, não basta só fazer.

Se fosse preciso manter apenas 50% dos profissionais de onde você trabalha você estaria no grupo dos escolhidos para permanecer? Essa é a primeira pergunta que devemos responder para saber se estamos no caminho certo.



2 – Uma máquina faria seu trabalho?


A chegada da inteligência artificial não significa que vamos nos tornar uma sociedade distópica como a dos filmes ou que a radiologia será extinta, mas é ingenuidade acreditar que tudo vai permanecer como está – afinal, mesmo antes da IA a radiologia já mudou drasticamente. Por isso, o mais inteligente é se preparar para as eventuais mudanças e uma delas é saber que é impossível competir com uma máquina em relação a velocidade e precisão.

Só que o computador nasce programado para uma estratégia preestabelecida, amarrada, impessoal. O ser humano tem a vantagem da flexibilidade, de refazer estratégias, trocar prioridades, como dizia Kasparov (o campeão de xadrez vencido pela IBM em 1997), além de empatia e pessoalidade.

Se compararmos o caixa que ficou em 2º lugar na enquete com o carinha do patins, já vemos algumas diferenças: caixa é uma das ocupações que carregam uma impessoalidade muito grande. Dificilmente as pessoas sabem seus nomes e geralmente se considera que tanto faz ser atendido pelo caixa 1, 2 ou 3, o importante é que ande rápido. E alguns estabelecimentos já estão em processo de implementar caixas com autoatendimento. Além disso, o que se espera do caixa é o funcionamento padrão, não existe uma situação de alta performace para ser admirada. Já o carinha dos patins se destaca por ser único e por resolver um problema que poderia causar muito atraso, além de chamar atenção caso tenha muita desenvoltura.

Por isso, precisamos fazer dois questionamentos:

  • Estou me “diferenciando” por características que uma automação faria melhor, como fazer exame rápido e baixar pilha?

  • Sou considerado apenas “mais um” com aqueles exames de qualidade duvidosa e aqueles laudinhos com descrições que não fazem diferença nenhuma, me colocando no mesmo patamar da massa?


3 – As relações interpessoais


Vários estudiosos já concluíram que as relações interpessoais estão entre os fatores de maior diferenciação e valorização profissionais. Aquela pessoa que todos aturavam porque era “bom tecnicamente” dificilmente vai continuar a ser valorizado se for uma pessoa difícil de lidar e não souber fazer network. E lidar bem com as pessoas inclui os pacientes, os funcionários, os demais colegas e os médicos solicitantes. Cada vez será mais valorizado quem tem inteligência emocional e social, usando as ferramentas tecnológicas como aliadas para garantir uma entrega mais completa unindo a precisão da máquina com as peculiaridades humanas.


"Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso".

Albert Einstein

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