Diferentemente das gerações anteriores, nos últimos anos tem crescido o número de pessoas que buscam maior satisfação com a vida em vez de priorizar a conquista de bens materiais, segurança e status. E nossa forma de encarar o trabalho está diretamente ligada à satisfação pessoal. Foram descritos três perfis de “orientação do trabalho” que influenciam nosso sentimento de realização:
Emprego ou tarefa: o trabalho é encarado principalmente como uma forma de sobrevivência, para sustentar a si próprio e a família. Nesse caso, muitas vezes o tipo de trabalho não importa muito, sendo mais relevante as formas de recompensa relacionadas ao cumprimento da tarefa – valor do salário, benefícios, distância, etc.
Carreira: é vista como um investimento mais profundo no trabalho, onde, além da remuneração, também é importante a ascensão profissional e o prestígio de cada promoção.
Vocação: quando o trabalho é visto como uma contribuição para um bem maior; a realização do trabalho em si já traz realização, independente do dinheiro, status ou promoções.
Embora não exista perfil certo ou errado, pensar apenas do ponto de vista do emprego pode levar a insatisfação e tédio pela falta de propósito e por acharmos frequentemente que não estamos sendo suficientemente recompensados pela tarefa realizada.
Pensar também exclusivamente em termos de carreira frequentemente leva à ansiedade decorrente da competição e necessidade de atender ao acúmulo de tarefas e demandas com complexidade cada vez maiores, e à frustação, já que na maioria das vezes as expectativas superam a realidade e, quando se chega a um nível onde não há mais para onde progredir, a tendência é a perda de motivação.
Encontrar uma vocação significa dar sentido a uma tarefa que passa a ser fonte de realização e satisfação. Nós descobrimos nossa vocação mais facilmente quando encontramos um meio de poder utilizar diariamente nossas forças e virtudes.
A definição de virtude é bem complexa, variando entre os diversos pensadores. De forma simplificada, o conceito em geral é de uma qualidade moral que influencia a conduta cotidiana, um atributo positivo universal do indivíduo.
As forças são os ingredientes que definem as virtudes - as qualidades que possuímos e são usadas para se chegar às virtudes. As forças produzem bons sentimentos (alegria, realização) e gratificação por si mesmas, não são motivadas por fatores externos (como dinheiro ou fama) e são valorizadas em quase todas as culturas do mundo.
Os psicólogos Martin Seligman e Christofer Peterson publicaram em 2004 um estudo listando 6 virtudes e 24 forças de caráter universais que são utilizadas amplamente até hoje:
Harmonizando nossas forças no cotidiano passamos a encarar nossas atividades com mais paixão e passamos a encontrar mais sentido e satisfação no que fazemos.
Como dizia Frederick Buechner, “Vocação é o lugar onde nossa felicidade mais profunda encontra as necessidades mais profundas do mundo.”
Nos meses seguintes veremos como cada grupo de forças pessoais funciona na radiologia.
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