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Temperança e Transcendência


Nos meses anteriores vimos como na nossa profissão as virtudes da sabedoria, coragem, humanidade e justiça podem fazer a diferença. Nesse mês veremos as duas últimas, a temperança e a transcendência:


A virtude da TEMPERANÇA envolve qualidades que nos protegem contra excessos.


Prudência – significa não correr riscos desnecessários. Como existem riscos inerentes que não podemos evitar, é importante nos atermos a fluxos de trabalho que nos ajudem a minimiza-los. A leitura do questionário de segurança da RM por todos reduz muito o risco de entrar um paciente com algum dispositivo contra-indicado, saber do motivo do exame ajuda a garantir que o mesmo seja conduzido de forma correta, checar exames anteriores evita discrepâncias inexplicáveis e mal entendidos, ou seja, diversas ações simples ajudam a evitar erros, sendo fundamental ser prudente no dia a dia.


Humildade – quando nos consideramos melhor que os outros corremos o risco de não evoluir, pois já nos achamos completos e superiores. Tudo muda constantemente e diversos conceitos do passado podem não se aplicar no presente. Ter a consciência da imperfeição e de que podemos aprender com todos nos ajuda a se adaptar às mudanças e evoluir sempre mais.


Autocontrole – significa controlar os desejos e emoções impedindo que eles interfiram no nosso dia a dia. O fato de termos o desejo de ir embora não deve interferir no andamento do exame; achamos que a interrupção de alguém vai ter impacto na nossa produção não justifica agirmos de forma grosseira ou desatenciosa. Agindo com equilíbrio e moderação veremos que tudo se equilibra; uma perda de tempo aqui sempre será compensada com um fluxo melhor depois.


Perdão – ter a capacidade de aceitar as falhas dos outros e dar uma segunda chance; não julgar precipitadamente os profissionais iniciantes entendendo que alguns erros são esperados durante a curva de aprendizado e entender que os demais especialistas e profissionais de saúde necessitam de nosso auxílio para solicitar e entender corretamente os exames complementares.


A virtude da TRANSCENDÊNCIA engloba as qualidades que dão sentido à vida, o que independe de crenças, são virtudes que trazem significado.


Apreciação da beleza e da excelência – observar e apreciar a beleza se traduz na busca pela excelência. Ao nos contentarmos com exames de má qualidade estamos perdendo o sentido da nossa função, que seria o de buscar e garantir a qualidade. Quem carrega a virtude da apreciação busca sempre melhorias. Uma causa importante de erro, discutida no blog http://www.mskrad.com.br/blog/causas-mais-comuns-de-erros-diagnosticos-e-como-evitar é justamente a condescendência com a má qualidade dos exames.


Gratidão – estar ciente e agradecido pelas coisas boas que acontecem se traduz em aproveitar melhor o que o trabalho tem a oferecer. Se focarmos apenas nos pontos negativos perdemos motivação e deixamos de aproveitar plenamente o que existe de bom.


Esperança – esperar o melhor do futuro e trabalhar para atingi-lo, sem cair na espiral dos pensamentos ”apocalípticos” que atrapalham nossa motivação e evolução: afinal, se tudo vai ficar ruim ou acabar por que se empenhar? É muito mais comum a transformação do que a extinção das profissões.


Bom humor – mau humor contagia, portanto devemos ter bom humor no dia a dia para fazer a nossa vida mais alegre e a convivência mais agradável.


Espiritualidade – independente da fé individual, significa saber onde nos encaixamos no mundo, qual o nosso propósito e agir de forma coerente com ele. Não é raro termos um propósito (melhor qualidade de vida, remuneração, valorização, etc), mas agimos de forma antagônica ao nosso propósito, contribuindo para tornar nossos temores em realidade, como foi discutido no mês do Halloween (http://www.mskrad.com.br/blog/haloween).


Ao buscarmos inserir no nosso cotidiano a sabedoria, conhecimento, coragem, humanidade, justiça, temperança e transcendência ficaremos mais próximos de atingir uma vida plena e satisfação no que fazemos. E lembrar de que “Não possuímos virtudes antes de as colocar em prática” (Aristóteles).

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