A excelência tende a ser vista como algo inatingível de ser alcançado, como um sonho em uma nuvem ou um pote de ouro no final do arco-íris, reservada a poucos escolhidos que estão em um nível acima das “pessoas comuns”. Na verdade, a excelência é um processo constante, resultado do desejo de ser melhor a cada dia. É fazer determinada atividade rotineira da melhor forma possível. Ou seja, a excelência é um hábito.
Quando começamos a entender que a excelência é uma prática que faz parte do dia a dia, passamos a fazer melhorias que nos levam a não sermos apenas admiradores distantes de quem achamos ótimos profissionais, mas a fazermos parte desse grupo.
E entendemos também que a excelência vem de dentro para fora, decorrente de uma vontade de tornar uma situação melhor para si mesmo e os outros. E, para isso, devemos ter em mente claramente nossos propósitos, objetivos e metas, que estão interligados, mas não são a mesma coisa:
Propósito é o que orienta nossa trajetória existencial, está ligado a nossa identidade, talentos, crenças e valores. Nós podemos identificar nosso propósito fazendo perguntas do tipo: “O que nos faz levantar da cama todas as manhãs?”; “Qual o legado que eu gostaria de deixar para o mundo?”; “O que eu acho que tenho de melhor, do que me orgulho e gostaria que as pessoas próximas se orgulhassem de mim?”.
Objetivo já é uma descrição mais específica de onde você quer chegar para que consiga atingir o seu propósito, seria como um desejo. Por exemplo, imagine uma pessoa que tem como propósito ajudar pessoas menos favorecidas ou ser expert em determinado assunto. Para atingir esse propósito ela poderia ter como objetivo criar uma ONG ou fazer uma especialização. Sabemos nosso objetivo quando perguntamos quais seriam os desejos que gostaríamos de realizar no âmbito pessoal ou profissional.
A meta é o que nos faz sair do lugar para atingirmos o objetivo e atender ao propósito. Muitos objetivos não são alcançados simplesmente porque as pessoas não cumprem as metas necessárias. Não adianta ter propósitos elevados e objetivos claros, como fazer uma especialização no exterior, se não pensamos nas metas necessárias para isso, como ser fluente no idioma do país onde vou estudar. A meta é o caminho que você deve percorrer de forma racional, com prazos estipulados e disciplina para chegar ao seu objetivo.
Se você tem como propósito profissional fazer diferença na vida das pessoas e o objetivo de atingir a excelência, você deve ter algumas metas.
Um bom começo é usar o já conhecido “princípio das 3 perguntas”, que no campo da radiologia seriam:
1 – O que eu preciso começar a fazer?
Adquirir hábitos que melhorem a performance:
Saber nosso propósito profissional
Ter um método constante de avaliação dos exames
Adquirir consciência das principais causas de erro diagnóstico e como evitar
Aprender com os erros
Buscar conhecimento e aprimoramento constantes
2 – O que eu preciso parar de fazer?
Abandonar crenças e hábitos que atrapalham o desenvolvimento:
Deixar que o medo de errar te impeça de acertar
Levar as críticas para o lado pessoal
Ter ideias pré-concebidas sobre os exames
Não questionar nem refletir
Se deixar levar pelo comportamento e discurso dominante
Esperar que a sua excelência dependa dos outros
3 – O que eu preciso aprender a fazer?
Não pensar apenas na parte “técnica” do diagnóstico e usar os conhecimentos de outras áreas para conseguir por em prática as ações necessárias e passar a enxergar aquilo que, por mais óbvio que seja, não conseguimos ver:
Desenvolver a inteligência emocional
Pensar em fazer a diferença e não apenas em executar uma função
Ter ferramentas pra se reinventar a cada mudança que surge no mundo
Em qualquer área devemos buscar a excelência, o fazer bem feito, e isso será mais facilmente atingido quando alinhamos nosso propósito, objetivos e metas.
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