NOTAS & MEDIDAS - MÚSCULO
HIPERTROFIA, ATROFIA E LIPOSSUBSTITUIÇÃO MUSCULAR
Hipertrofia: aumento de volume por aumento da demanda funcional (adaptação) ou por aumento dos estímulos tróficos (ex.: hormonais) em que há aumento de volume das células.
Atrofia: redução do volume e função celular (involução) de órgão ou tecido previamente desenvolvido normal e plenamente. Pode ser fisiológica ou patológica, secundária a desnutrição, denervação, compressão, distúrbios vasculares, inatividade ou desuso, radiação ou substâncias tóxicas.
Hipotrofia: há controvérsia na literatura, com alguns autores considerando hipotrofia como sinônimo de atrofia, enquanto outros consideram a hipotrofia um subtipo de atrofia relacionada à insuficiência nutricional ou em que há apenas redução do conteúdo celular, enquanto que atrofia englobaria também a redução volumétrica causada por redução do número de células e degradação celular.
Por esses motivos, o termo ATROFIA é o mais utilizado na literatura e preferível a HIPOTROFIA na descrição da redução volumétrica dos músculos nos exames de imagem.
Sarcopenia: síndrome geriátrica onde há para a perda da massa e da função muscular (alongamento e performance) decorrente da idade.
Dinapenia: termo específico para a perda de força muscular decorrente do envelhecimento.
Caquexia: perda de massa muscular secundária a alguma doença (neoplasia, anorexia, insuficiência renal crônica terminal, etc.).
Lipossubstituição: substituição das fibras musculares por gordura, também conhecida como infiltração gordurosa. Está associada à atrofia, sendo uma condição irreversível e que altera negativamente o prognóstico das roturas tendíneas. Diversas classificações foram propostas como forma de quantificar a lipossubstituição, sendo a mais conhecida a de Goutalier, mas de forma geral todas levam em conta a proporção entre fibras musculares e gordura.
Sempre descrever se há ATROFIA com ou sem LIPOSSUBSTITUIÇÃO:
– Atrofia significa apenas a redução volumétrica, que pode ser pequena, moderada ou acentuada, enquanto que a lipossubstituição indica o quanto de músculo foi substituído por gordura, podendo também ser leve, moderada, acentuada ou praticamente completa, quando 100% ou quase todo o músculo foi substituído por gordura. Ou seja, pode haver atrofia moderada com lipossubstiuição discreta, atrofia e lipossubstituição acentuadas, etc., são várias combinações possíveis!
- Apenas colocar "lipossubstituição parcial" não dá a ideia adequada do prognóstico, pois pode variar de leve a acentuada.
NOMENCLATURA DA UNIDADE MIOTENDÍNEA
Tendão: estruturas fibroelásticas paralelas entre si situadas entre o osso e o músculo.
Origem – porção proximal
Inserção – porção distal
Tendão livre – porção onde só se identifica o tendão
Os tendões são revestidos por bainha tendínea (túnel de tecido fibroso denso) ou pelo paratenon (leito de tecido conjuntivo frouxo).
Representação esquemática da estrutura do tendão, composto por fibras de colágeno paralelas formando fascículos. O tendão é recoberto pelo epitenon (também conhecido como mesotenon), que se estende profundamente para formar o endotenon, que recobre cada subgrupo de fascículos compostos por fibras terciárias. O paratenon é a camada mais externa que recobre o tendão, composta por fibras de colágeno tipo I e II, fibrilas elásticas e uma fina camada de células sinoviais.
Junção miotendínea: transição entre o tendão e o músculo
Quando a extremidade do músculo se continua diretamente com o tendão, a junção entre eles é bem identificada. Mas, quando o músculo se funde ao tendão de forma oblíqua, as fibras tendíneas tem trajeto variável na substância do músculo, sendo denominado tendão central ou junção miotendínea central.
Aponeurose: expansões ou extensões planas dos tendões localizadas na periferia do músculo.
Junção mioaponeurótica – transição entre a aponeurose e o músculo.
Em alguns músculos (como o solear, por exemplo), a aponeurose periférica forma 90° com componente central do tendão, configurando um "T", sendo denominada por alguns autores de aponeurose central.
Fáscia: membranas laminares de espessura e extensão variáveis derivadas do mesoderma e estão presentes no revestimento de diversas estruturas, incluindo osso, vasos e os músculos, sendo um termo genérico.
Epimísio – a fáscia especializada que recobre os músculos.
Músculo: a unidade celular do músculo é a fibra muscular, que é envelopada por fibras de colágeno denominadas endomísio. Um grupo de fibras musculares orientadas longitudinalmente é denominado fascículo, o qual é envelopado pelo perimísio. O músculo é formado pelo conjunto de fascículos e recoberto pelo epimísio, que constitui a fáscia muscular especializada. Um grupo de músculos delimitado por uma fáscia é determinado compartimento. Os músculos dentro de um compartimento tipicamente têm funções motoras semelhantes e compartilham da mesma inervação.
Tipos de músculo: dependendo da orientação das fibras, os músculos podem ser paralelos (com as fibras retas ou de aspecto fusiforme) ou penados (uni, bi ou multipenados).
Modificado de Radiographics Jan-Feb 2018;38(1):124-148.
Tipos de contração muscular:
Em relação a como o emprego da carga altera o comprimento do músculo:
Concêntrica – há encurtamento muscular durante a contração (p. ex. levantamento de peso); a força muscular excede a carga.
Excêntrica – há alongamento muscular durante a contração (p. ex. redução controlada do peso); a carga excede a força muscular promovendo o alongamento ativo do músculo.
Isométrica – as forças de contração e resistência à carga são equivalentes.
Os exercícios concêntricos e isométricos estão associados a maior recrutamento muscular e gasto energético. Já a contração excêntrica gera força mais concentrada e, quando muito intensa, pode se manifestar como aumento do sinal do músculo na RM por tempo mais prolongado em relação aos exercícios concêntricos e isométricos.